Quem faz intercâmbio pode trabalhar?

Um intercâmbio vai demandar que você gaste uma boa quantia de dinheiro, então para esse tipo de viagem, será necessário um planejamento. Mas existem opções onde você consegue viajar e trabalhar ao mesmo tempo.

Achar uma vaga de emprego enquanto estuda é mais fácil nas capitais ou nos principais centros urbanos do país. Contudo, será mais concorrido também.

Porém, dependendo do seu orçamento, tipo de intercâmbio e a vaga pretendida, cidades menores podem ser a melhor escolha. 

Para poder ficar sabendo de tudo sobre esse assunto, continue lendo a matéria e tire as suas dúvidas.

trabalhar no intercâmbio

Países que permitem estudos e trabalho 

Alguns países deixam que seus estudantes trabalhem enquanto estão no ano letivo. Em alguns casos, a carga horária é reduzida para que não haja interferência nas duas partes.

Outros, deixam essa decisão na mão dos intercambistas e das pessoas que as irão empregar.

Isso dá a possibilidade de estudantes de escolas de idiomas, graduação, mestrado, pós-graduação, MBA, doutorado e até Au Pair possam ganhar um dinheiro extra em sua viagem.

Selecionamos alguns desses países, mas lembre-se que não estão todos nesta lista, como por exemplo, a Inglaterra.


Estados Unidos

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A terra do Tio Sam dá essa opção de trabalho e de estudos, ele está mais relacionado aos cursos do Ensino Superior. 

Existem três categorias de visto de estudantes para entrar nos Estados Unidos, mas com algumas regras. O visto de F1 lhe permite trabalhar e estudar no primeiro ano de curso.

Porém, se o aluno apresentar dificuldades financeiras, ele consegue emprego fora do campus no primeiro ano.

Porém, isso muda. No segundo ano, o governo deixa que o intercambista consiga trabalhar fora do curso, mas por 20 horas semanais e 40 horas semanais durante suas férias. 

O visto de M1 é mais restritivo. Você consegue emprego, mas após o término de seus estudos. E tem mais regras, o serviço deve ser atrelado a sua área profissional e que seja um treinamento especial prático.

O visto de J1 é mais destinado ao trabalho de Au Pair, que são pessoas, principalmente mulheres que cuidam dos filhos das famílias em troca de refeição, hospedagem e uma ajuda em dinheiro para estudar no que quiserem. O limite é de 20 horas por semana.

Os empregos com a maior probabilidade de ter intercambistas estão relacionados a turismo, hotelaria e gastronomia.

Canadá

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Fazer um intercâmbio no Canadá tem um atrativo pelo fato da sua moeda, o dólar canadense, ser menos valorizada se comparada com o dólar americano.

O país norte-americano ainda é conhecido pela sua segurança e pela possibilidade de aprender inglês ou francês.

O visto canadense ideal para ter a permissão de estudos e trabalho é o SW-1, porque ele concede que o estudante assim que chegar ao Canadá, possa trabalhar. Ele deve ser pedido quando o intercâmbio passar das 24 semanas.

Os intercambistas conseguem mais facilmente emprego em hotéis, cafeterias, bares, lojas ou serviços relacionados ao atendimento ao público.

A validade do visto será de acordo com a duração do seu curso. Existe ainda a possibilidade de conseguir emprego em estágios da sua área profissional. 

São permitidas 20 horas semanais para quem vai estudar e trabalhar no Canadá. Lá o serviço é pago por hora, cerca de 10,85 dólares canadenses.

Irlanda

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A Irlanda é um dos países do Velho Continente que permitem que seus intercambistas possam estudar e trabalhar enquanto estiverem no país. Mas antes de embarcar para lá, é necessário obter um visto.

A categoria deste documento irá depender muito da duração e do objetivo de sua viagem. Para casos como estudos e trabalho o Stamp 2 é o mais indicado, isso para uma estadia superior a 90 dias.

Ele serve para o estudante entrar no país tendo aulas regulares e podendo trabalhar, no máximo, 20 horas semanais.

Além disso, em alguns momentos específicos do ano, como as férias, a carga horária pode aumentar para 40 horas semanais. Sua validade é de 1 ano, e pode-se renovar por mais um.

O Stamp A2 é destinado para quem for fazer um estágio remunerado ou não no país, mas por um tempo limitado. Estudantes de graduação e pós conseguem esse visto para ganhar experiência profissional.

Quem tem o inglês intermediário encontrará mais empregos em bares, restaurantes, hotéis, lojas e supermercados. 

Em contrapartida, pessoas com inglês avançado podem conseguir trabalho em empresas de tecnologia e até multinacionais. Mas é preciso comprovar experiência e habilidade no setor.

A Irlanda é um dos países europeus mais baratos para se fazer intercâmbio.

Além disso, ela une a cultura, belos lugares, hospitalidade irlandesa e vai poder aprender inglês em apenas um só lugar.

Austrália

Trabalhar no intercâmbio Austrália

Um lugar onde a natureza única chama a atenção é a Austrália. O país da Oceania permite que quem faça intercâmbio também possa trabalhar.

Ele é um convite para quem gosta de uma boa festa,mas também procura ensino de qualidade.

Isso porque três universidades australianas estão no top-20 das melhores instituições do mundo, quando o assunto é o Ensino Superior (The University of Melbourne, The University of New South Wales e The University of Sydney).

Para conseguir trabalhar e estudar no país, é necessário obter o visto de subclasse 500, ou o Subclass 500 Student visa. O limite para o trabalho é de 20 horas semanais. 

Trabalhando na Austrália, você terá direito a proteção em seu emprego assim como qualquer outra pessoa que trabalhe, mas sem estudar. Receberá o salário mínimo semanal de cerca de A$ 810,00.

A Austrália oferece diversas opções de trabalho: agricultura, setor administrativo, bares, restaurantes, tutoria, hotéis, cuidadores de idosos, lojas de departamento e etc.

Espanha

O espanhol é uma das línguas mais faladas no mundo, principalmente na América Latina. É uma cultura europeia mas que tem raízes no Mediterrâneo muito por conta de sua história e localização.

O país concede vistos de estudante que ao mesmo tempo possa trabalhar, mas pelas regras do país, não pode ultrapassar a carga horária de 30 horas semanais e nem seja no mesmo horário de suas aulas.

Para isso, é importante que a sua estadia seja superior a três meses. 

Para solicitar, você deve ir ao consulado mais próximo de você com os documentos pedidos pelo governo espanhol. Não será necessário fazer nenhuma outra solicitação para conseguir trabalhar na Espanha.

Assim que obtiver o visto, você se tornará elegível para o emprego no país.

Para saber mais sobre o visto de estudante espanhol, veja o vídeo da Jessica Gervasoni. Assim como nos demais países, os intercambistas brasileiros podem trabalhar em áreas de serviços, como bares, restaurantes, cafés e outros estabelecimentos.

Argentina

O país dos nossos hermanos também permite que brasileiros possam estudar e trabalhar enquanto estiverem por lá.

O poder de compra dos brasileiros é bem alto se formos observar como o peso argentino e o real brasileiros são valorizados. Mesmo assim, trabalhar no país mesmo estudando, vai diminuir os seus gastos da viagem.

Diferente de outros destinos, a Argentina não limita as horas de trabalho e de estudos. Por conta disso, é importante que você saiba conciliar essas duas áreas.

Por fazer parte do Mercosul e ser próximo do Brasil, os intercambistas conseguem com mais facilidade a permissão de entrada em território argentino.

Porém, para poder trabalhar e estudar existem duas etapas. Primeiro você deve pedir o visto de estudante que terá validade de no máximo 10 anos. 

Após isso, deve-se solicitar a permissão de residência temporária. Só assim, conseguirá realizar as duas funções tendo a aprovação do governo. Esses dois pedidos são feitos no Dirección Nacional de Migraciones.

Você poderá encontrar emprego em lanchonetes, bares, restaurantes, dar aulas em português ou até mesmo entregar comida. Na Argentina a flexibilidade no trabalho é maior e isso pode ser essencial para a conciliação com seus estudos.

Chile

Nosso outro vizinho da América do Sul também permite estudar e trabalhar no período do seu intercâmbio.

Assim como na Argentina, o Chile não estipula um limite de horas, deixando para ser decidido entre o intercambista e o seu empregador.

É um dos países latino-americanos que oferecem mais qualidade de vida para seus nativos e turistas. Um dos motivos para ser um dos melhores lugares para se viajar.

Além disso, o seu ensino se apresenta com qualidade como por exemplo, a cidade de Santiago ser considerada uma das 50 melhores cidades para se estudar em todo o mundo.

Com uma estadia acima de 90 dias, é necessário solicitar o visto. Para quem queira trabalhar, o governo permite que isso aconteça apenas com o visto de estudante.

Mas para isso, você precisa ir a um consulado chileno mais próximo junto com os documentos solicitados. Você pode ver a lista dos documentos aqui.

Trabalho não remunerado

Nem todos os intercambistas irão trabalhar fora do país em troca de uma remuneração. Existem trabalhos voluntários.

Na prática é bem simples, a pessoa realiza algumas funções e como forma de pagamento, recebe hospedagem, alimentação e às vezes, até outros benefícios.

O serviço pode ser trabalhar em ONGs, cuidar de crianças e idosos, ajudar em obras, guia de turismo e auxílio na cozinha. Pelo que se percebe, as opções são bastante diversas para a escolha.

Não existe um limite de horas trabalhadas, mas o normal é ser entre 20 a 24 horas semanais. Você não recebe salário.

Não esqueça de fazer um seguro saúde

Viajar para o exterior pode fazer com que você tenha algum imprevisto. Então para isso, é importante ter um seguro saúde antes de embarcar.

Isso porque muitos países não oferecem o sistema de saúde de forma gratuita e caso precise usá-lo, o preço pode ser alto.

Além disso, alguns seguros cobrem exames, acidentes e até cobrem os gastos provenientes deles.

Algumas empresas e agências de intercâmbio que oferecem o seguro saúde:

Tente buscar bolsas para amenizar seus custos

Em alguns países, os gastos com o intercâmbio acadêmico podem sair mais caros do que o esperado. Isso porque o custo das mensalidades dependendo do curso, como o de Medicina, se torna elevado.

Além disso, transporte, hospedagem, alimentação e gastos pessoais vão pedir que você tenha uma reserva de dinheiro.

Para tentar amenizar esses custos, uma ótima opção é procurar bolsas de estudos no país ou ver se o governo brasileiro tem algum programa de bolsas no exterior. Esse último é mais fácil para estudantes que têm foco em pesquisas.

Encontrar famílias que estão dispostas a lhe hospedar ajuda bastante. Isso porque a diária pode ser menor do que ficar em um hotel, por exemplo.

Algumas universidades possuem residências estudantis auxiliando seus estudantes.

O ideal é que você tente ao máximo reduzir os gastos para que não ocorra problemas com a falta de dinheiro em um país desconhecido.

Vantagens de estudar e trabalhar durante o intercâmbio

  • Vai aprender de forma direta a aperfeiçoar a língua nativa do país;
  • Irá ganhar um dinheiro extra, o que pode ajudar a diminuir os gastos;
  • Conhecerá mais pessoas;
  • Seu conhecimento sobre cultura vai aumentar;
  • Novas oportunidades de emprego;
  • Seu currículo ficará melhor.


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