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Na grande maioria dos cursos de inglês brasileiros (quiçá a nível mundial), utiliza-se a gramática como base da sistematização do ensino.
Esse fato pode ser facilmente verificado pelos livros e apostilas adotados nos mais diversos métodos existentes hoje em dia.
Geralmente, as lições são divididas e giram em torno de um determinado conteúdo gramatical – tempos verbais, colocação preposicional, substantivos, etc.
Incidentalmente a este conteúdo, são apresentados ao estudante grupos de palavras afins como forma de complementar o conteúdo gramatical ou servir como “pano de fundo”, por assim de dizer.
Desse modo se dá o ensino do vocabulário – ou léxico, que fica em segundo plano, submisso ao ensino das normas gramaticais.
A fundamentação do Lexical approach é justamente inverter esses papéis.
Índice
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Veja os Melhores Cursos de InglêsMichael Lewis e a Abordagem Lexical
O autor desta proposta é um professor e estudioso de linguística aplica – Michael Lewis.
Ele confronta a noção ainda hoje mais disseminada de que a base do idioma seria a gramática e o vocabulário consistiria em um aprendizado incidental e menos importante.
Para ele, “Language consists of grammaticalised lexis, not lexicalised grammar.”
Em tradução livre: a língua consiste em um léxico gramaticalizado, não em uma gramática lexicalizada.
Com isso, ele determina que a base do idioma é o vocabulário e o ensino da língua deve ser primariamente voltada para este – e aqui o autor trata especificamente do inglês para estrangeiros, o chamado ESL (English As A Second Language).
O estudo da gramática exerceria, portanto, um papel de gerenciamento do conhecimento vocabular principal.[1]
Language chunks
Ainda de acordo com esta abordagem, a fluência depende não tanto de possuir conhecimento acerca das regras gerais de formação de frases, mas de ter acesso e domínio sobre o que se denomina uma bagagem de chunks[2].
Chunks of Language significa a conjugação apropriada de dois ou mais termos em inglês, de modo a gerar um significado único.
Seriam termos e frases muito usados na linguagem falada e escrita, de modo que têm um significado à parte do significado individual de seus termos.
Podem ser exemplos de chunks of language: “…the thing is…” (termo usado quando o falante vai passar à explicação de um argumento ou pensamento) ; “…you know…” (termo que indica que explicações sobre o que está se falando não necessárias); “…I mean…” (idem ao primeiro exemplo).
A título de curiosidade, “you know” e “I mean” são expressões que constam entre as cinco combinações (ou chunks mais faladas em conversações em inglês)[3].
Nos casos mostrados, bem simples, mas muito expressivos, cada termo das expressões tem um significado próprio.
Contudo, o que é pretendido pelo falante da língua ao fazer uso da combinação entre eles não é a união dos significados individuais, mas de um significado único que surge da união, cuja utilização do discurso acontece de forma autônoma.
Outro bom exemplo é a expressão game over.
Toda pessoa que já teve contato com um jogo de tetris que seja, conhece a expressão.
Ela é utilizada não somente para informar literalmente o fim de certo jogo, mas para indicar FIM, FINAL em linguagem figurada.
Se o termo over fosse substituído pelo termo finished, a formação gramatical estaria correta e o significado literal mantido.
Contudo, a expressão do termo game over estaria perdido e, ademais, soaria muito estranho para um nativo.
Mais especificamente, quando os chunks são utilizados, é a estrutura final que faz sentido, não seus termos individualizados.
A Abordagem Lexical defende que o ensino de palavras isoladas e regras gramaticais pura e simplesmente não permite que os alunos se tornem capazes de aprender nem de se comunicar em uma língua estrangeira.
Assim, é defendido que o ensino através dos chunks facilitam o aprendizado do vocabulário da língua inglesa e a aquisição da respectiva fluência, de forma mais natural e eficiente.
Segundo esta abordagem que dá maior importância ao vocabulário, o segredo para adquirir fluência em uma língua estrangeira estaria na quantidade de itens lexicais (chunks e vocabulário isolado) que temos armazenado no nosso léxico mental.
Aliado ao fator quantidade, estaria a capacidade de recuperar estes termos da memória com rapidez e fluidez na comunicação, tanto escrita como falada.
Este arquivo mental de palavras permitiria o falante identificar automaticamente a palavra ou expressão para construir o significado do discurso.
Resposta para a desmotivação
Estudiosos deste sistema apontam o uso da abordagem lexical como uma das soluções para o problema da falta de interesse ou desmotivação dos alunos a realizarem as atividades propostas a partir de métodos baseados na lógica gramatical.
A inversão do esquema tradicional vida estimular o aluno provocando uma melhor ambientação do idioma antes de afogá-lo na teoria.
A proposição seria de atividades para a aprendizagem de chunks (o que em português pode ser tratado como extensões da língua), os quais envolvem collocations (palavras que normalmente são utilizadas em combinação na língua), phrasal verbs (verbos que adquirem significado a partir da união de um verbo e uma partícula adverbial) e idioms (expressões idiomáticas).
Através deste tipo de abordagem, o aluno fica predisposto a identificar formações que, gramaticalmente podem até ser corretas, mas que para um ouvinte nativo soariam estranhas, inapropriadas.
Esta sensibilidade no identificar formações e estruturas adequadas concede ao falante a fluência que almeja ao estudar uma língua, na medida em que estabelece de início parâmetros linguísticos que ultrapassam a mera teoria.
[1] Richards, J., and Rodgers, T. 2001. Approaches and Methods in Language Teaching (2nd edition). Cambridge University Press.
Obra integral disponível em: https://aguswuryanto.files.wordpress.com/2008/09/approaches-and-methods-in-language-teaching.pdf.
[2] https://www.teachingenglish.org.uk/article/lexical-approach-1-what-does-lexical-approach-look
[3] https://www.youtube.com/watch?v=qXhoYywK3nw
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