Como adquirir materiais e metodologias para lecionar em inglês?

Um guia para encontrar os melhores materiais didáticos em inglês.

Seja para dar aulas de inglês ou para incorporar materiais didáticos internacionais em aulas de outros assuntos, muitos professores ficam em dúvida de como pesquisar e encontrar conteúdo de confiança para comprar ou acessar online.

Com o objetivo de esclarecer dúvidas comuns e facilitar um pouco o processo de criação de aulas, estão reunidas neste guia diversas dicas para começar a pesquisar metodologias de ensino de inglês, ou recursos educacionais em inglês para qualquer área.

Métodos de Ensino de Idiomas

Incorporar uma metodologia (ou um conjunto de técnicas metodológicas e criar a própria abordagem metodológica) no ensino de inglês faz muita diferença, afinal permite uma melhor administração do progresso das aulas, e serve como ponto de partida para avaliar se o material didático a ser usado em sala ou em casa foi criado com embasamento e se encaixa no planejamento do professor. 

Existe uma grande variedade de metodologias para ensinar inglês e, muitas vezes, aprender sobre como aquelas comprovadamente eficazes funcionam permite criar aulas com mais fluidez e impacto.

Para adquirir e utilizar uma metodologia, é possível buscar uma especialização ou pós-graduação que ensina o profissional a usá-la (o que é altamente recomendado, sobretudo aos professores recém-formados no Ensino Superior ou ainda inexperientes), estudar por conta própria (geralmente acessando conteúdo a respeito na internet), e/ou diretamente comprar livros e outros materiais baseados na metodologia para aplicar o quanto quiser dela em sala de aula, de forma pontual e intuitiva.

É importante lembrar que uma “metodologia” pode caracterizar um conjunto de métodos de uso prioritário ou único para determinado fim (por exemplo: a forma como se ensina em determinadas escolas e plataformas de idiomas envolve uma única metodologia, criada para ser usada de forma exclusiva para ensinar inglês), assim como um conjunto de métodos interdisciplinares agrupados por semelhança, que podem ser aplicados conforme a necessidade (por exemplo: alguns métodos específicos usados como reforço escolar, ou para a pedagogia infantil, entre outras aplicações específicas, muitas vezes são agrupados como uma abordagem metodológica).

Abaixo estão cinco exemplos diferentes de métodos e metodologias não-tradicionais para ensinar inglês e outros idiomas que vem sendo amplamente usados atualmente.

Conheça um pouco de cada uma das abordagens para descobrir se pode e quer associar a preparação de suas aulas com as propostas pedagógicas referentes.

Tais métodos pedagógicos descritos podem ser combinados entre si, com outros métodos, ou serem usados de forma exclusiva.


  1. Resposta Física Total
    (Total Physical Response – TPR)

Onde encontramos: Na canção coreografada “Head, Shoulders, Knees and Toes” (Cabeça, Ombro, Joelho e Pé), entre outras atividades infantis. Em muitos programas de TV educacionais.  

Principais características: Auxilia na aquisição de vocabulário através da repetição do termo e da repetição de estímulos físicos, especialmente mímicas e coreografias.

Como utilizar a metodologia: “Incorporando”, quer dizer, levando o ensino ao corpo. Incentivando os alunos a levantar da cadeira e aprender movimentando o corpo.

Mais informações: A repetição do nome do objeto atrelada à mímica ou ao encontro do corpo do estudante com o objeto garante uma “memorização física”.

Este método foi desenvolvido pelo psicólogo James J. Asher da San Jose State University e é comprovadamente eficaz em pessoas de qualquer idade, mas é particularmente utilizado no ensino de inglês para crianças, pois elas costumam demonstrar entusiasmo em realizar coreografias e mímicas.

  1. Aprendizagem Comunitária de Língua
    (Community Language Learning – CLL)

Onde encontramos: Intercâmbios, aplicativos de conversação com nativos, aulas particulares de conversação, entre outros.

Principais características: Imersão total no idioma através de conversação monolingual. Idealmente, o professor sabe falar de forma totalmente fluente tanto o primeiro idioma dos estudantes quanto o idioma a ser ensinado.

Como utilizar a metodologia: Estimulando diálogos espontâneos entre os alunos e com o professor, sempre em inglês. Proibindo o uso da língua materna dos estudantes em sala de aula, ou criando situações para que se diminua significantemente sua incidência. 

Mais informações:  Este método foi criado por Charles A. Curran com base no princípio de que o estudante se torna mais e mais independente do professor ao longo do processo de aprendizagem.

Ao estimular o diálogo espontâneo, espera-se que resultados melhores sejam alcançados em grupos maiores de estudantes, em que todos estão comprometidos em tentar se comunicar entre si.

No caso de aulas particulares de conversação, é comum que profissionais adeptos ao método prefiram organizar pequenas turmas de alunos para os encontros, inclusive dando preferência para estudantes que ainda não se conhecem em um mesmo grupo, de forma que se familiarizem através de diálogos em inglês.

  1. Programação Neurolinguística (PNL)
    (Neuro-linguistic programming – NLP)

Onde encontramos: Duolingo, entre outros.

Principais características: Auxilia na aquisição de vocabulário através da repetição e de estímulos cognitivos, com apoio da tradução para o idioma do estudante.

Como utilizar a metodologia: Aderindo à repetição excessiva dos termos, por exemplo: escrevendo o nome das coisas presentes ao redor da sala de aula em post-its e colar cada um em cada móvel ou objeto, respectivamente, então em todas as aulas repetir tais termos, apontando para os objetos em questão.

Mais informações: A Programação Neurolinguística é considerada uma metodologia pseudocientífica, mas tem muitos defensores alegando comprovação empírica.

Foi inicialmente desenvolvida por Richard Bandler e John Grinder como uma psicoterapia, mas os princípios da prática vem sendo aplicados em diversas outras áreas.

  1. Método Comunicativo (Communicative Language Teaching – CLT)

Onde encontramos: Escolas como Cultura Inglesa, entre outros.

Principais características: Foca no sentido-significado que ocorre na interação entre falantes, considerando intenção e função linguística, deixando a gramática para o momento seguinte (em outras palavras: não exclui regras gramaticas dos estudos, mas elas entram como um apoio à compreensão já adquirida, portanto a gramática não é a base do aprendizado, como ocorre em métodos tradicionais).

Como utilizar a metodologia: Aplicando jogos interativos na sala de aula imitando situações cotidianas (role play), aplicando exercícios de compreensão como ler um texto e escrever sobre seu sentido.

Priorizando ensinar o modo real como o inglês é falado (incluindo gírias e expressões populares, por exemplo), adequando o conteúdo para a realidade específica do aluno quando possível.

Mais informações: Também conhecida como “Abordagem comunicativa” (Communicative Approach – CA), esta metodologia se tornou muito popular.

Apesar de comprovadamente eficaz, muitos cientistas criticam tal comprovação, citando que o foco na interação torna o aprendizado totalmente irregular, muitas vezes tocando somente em assuntos do interesse do professor e, portanto, de menor utilidade em comparação com o estudo tradicional das regras gramaticais.

Quadro mostra uma jovem e bandeira do EUA ao fundo
  1. Imersão Dinâmica (Dynamic Immersion)

Onde encontramos: Rosetta Stone, entre outros.

Principais características: Procura recriar o fenômeno do aprendizado natural em menos tempo, foca no desenvolvimento do instinto linguístico.

Se baseia em cinco pilares: imagens, intuição, interatividade, instrução e ambiente imersivo. O avanço dos estudos é separado em temáticas, através das quais são apresentados novo vocabulário e ferramentas que capacitam o estudante a intuitivamente deduzir significados.

Como utilizar a metodologia: Criando simulações com diálogos realistas de um país estrangeiro. Proporcionando contato com música, filmes e mais conteúdos diversos em inglês. Incluindo jogos digitais didáticos. 

Mais informações: Dynamic Immersion é o nome patenteado do sistema utilizado nas lições da plataforma Rosetta Stone. De qualquer forma, seus princípios podem ser recriados fora do aplicativo.

Encontrando materiais de qualidade em inglês

Hoje em dia, a internet faz parte do cotidiano de professores e alunos no Brasil. Seja para realizar pesquisas, acessar páginas frequentes ou comprar materiais, há muitas formas de utilizar a internet para encontrar conteúdo didático e, com frequência, o processo para chegar no que é necessário e de qualidade é confuso e demorado.

Abaixo você encontra algumas dicas e pontos importantes para manter em mente durante a pesquisa de material didático em inglês na internet para lecionar o idioma ou qualquer outro assunto com fontes internacionais.

Para professores de inglês

→ Sempre pesquisar diretamente em inglês (e priorizar criadores anglófonos)

→ Atenção à palavra-chave na pesquisa:

  • Incluir uma das expressões atreladas ao ensino de Inglês:

ESL / EFL (English as a Second Language / English as a Foreign Language)

Apesar de, à primeira vista, parecer que “ESL” e “EFL” são sinônimos, tais nomenclaturas designam situações diferentes.

English as a Second Language (Inglês como Segunda Língua) significa que o lugar (país) em que se aprende Inglês se fala Inglês (por exemplo: fazer aula durante um intercâmbio) – portanto aulas ESL são voltadas para utilizações cotidianas no contexto da imersão. English as a Foreign Language (Inglês como Língua Estrangeira) significa que o lugar (país) em que se aprende Inglês se fala outro idioma.

Na prática, na hora de pesquisar, ambas as expressões são aliadas dos professores de inglês no Brasil para localizar na internet material didático para ensinar inglês. Há diversos sites e fóruns online voltados para as temáticas “ESL” e “EFL”, como a seção Comunidade da Wordwall (https://wordwall.net/pt).

  • Incluir o Nível CEFR (A1, A2, B1, B2, C1, C2)

Será muito mais rápido localizar o material adequado se você incluir o nível de conhecimento dos seus estudantes conforme o O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (Common European Framework of Reference for Languages – CEFR) na sua pesquisa.

  • Incluir o método ou a ferramenta desejada

São inúmeras as ferramentas que podem ser usadas para ensinar e aprender, entre elas: textos, vídeos, músicas, diálogos, folha de exercícios (exercise sheets), jogos interativos, flash cards, e muito mais.

Especificar os métodos ou, no mínimo, a ferramenta que você deseja utilizar, garante que o resultado da sua busca rapidamente mostre alguns recursos utilizáveis em sala de aula conforme sua expectativa.

Quando pesquisamos conteúdo didático sem identificar a ferramenta de ensino é comum encontrarmos textos acadêmicos como teses em Pedagogia, entre outros resultados que não se tratam de material didático para ensinar inglês.

Exemplo de boas frases para as pesquisas de material didático de inglês:

“EFL exercises for B2 students”

“ESL song for NLP”

“EFL C2 flash cards”

Para qualquer professor buscando conteúdo em inglês

→ Certifique-se de estar usando a expressão que realmente é usada em inglês

Muitos professores buscam material didático de assuntos diversos criados originalmente em inglês por sua relevância dentro da área e eles ainda não possuirem traduções para português, como no caso de um professor de arquitetura, por exemplo, que decide usar um vídeo em inglês sem legendas sobre um grande arquiteto para a sala, pois tal vídeo apresenta informações não encontradas em outros materiais. 

Contudo, na hora de pesquisar por tais materiais, é comum se deparar com certa dificuldade em traduzir conceitos e efetuar pesquisas frutíferas.

O primeiro passo na hora de pesquisar material em inglês é identificar como o conceito é nomeado exatamente: alguns serão traduções ao pé da letra, outros serão nomeados de forma diferente em inglês, por diversos motivos.

Pesquise em português mesmo: “Como se diz “_____” em inglês?”, e compare diversos resultados.

→ Utilize VPN alternativo ou inclua nome de lugares na pesquisa

Como muito material acadêmico é necessariamente traduzido em inglês para ser incluso nos repositórios das universidades, acontecem pesquisas frustrantes em que se busca um conteúdo originalmente em inglês e somente se encontra textos traduzidos.

Caso você esteja familiarizado com a alteração de VPN, lembre-se de definir um país anglófono.

Caso não se interesse ou não saiba o que é VPN, não se preocupe: incluir o nome do país ou de uma universidade específica ajuda bastante a localizar algo criado ali. 

Para todos os professores

→ Indique aos estudantes sites confiáveis para tirar dúvidas pontuais de inglês

Aqui estão alguns exemplos:

→ Leia avaliações de acadêmicos antes de optar por um livro didático

As avaliações disponíveis na internet ajudam a saber muito mais do que somente se algo é “bom ou ruim”, há de se ler o máximo possível de opiniões e procurar atentamente por comentários que descrevam algo parecido com a sua abordagem. 

Defina as palavras-chave que você quer ver e as que você não quer ver atreladas ao material escolhido, aperte CTRL + G e verifique se alguém as utilizou na página.


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